sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Xixi

A polêmica obra de Meike van Schijndel 

A inspiração veio lá da Austrália, por causa do objeto direto. Mas o sujeito - a sujeita, é universal. Uma boa, necessária e gostosa mijada. Algo fisiológico que realizamos várias vezes ao dia e às vezes à noite. Não excretar pode significar problemas de saúde à vista. Houve um tempo em que "tirar água do joelho" tinha o significado de urinar. Sei lá por quê, creio que era uma maneira educada. Aqui pelos lados de Cuiabá, na zona (zona = área... não lupanar) rural, a expressão "escorrer o talo", serve para mijar. Mas reparem que estamos num linguajar masculino.

Voltemos à terra que inspirou esta matutação. Um restaurante francês recém-inaugurado em Sydney optou por remover os dois tradicionais urinóis do banheiro masculino e instalar no seu lugar duas peças com formato de uma carnuda e provocante boca feminina. Algumas freguesas reclamaram dizendo que os urinóis eram machistas e ofensivos. E tanto falaram que não teve "boca'" foram banidos. Curiosamente, eles foram projetados por uma famosa designer holandesa. Atitude de gente invejosa... elas deviam pedir um projeto ousado para os banheiros femininos. Até imagino cá com meus botões como poderia ser... 


Bom, não deixa de ser libidinoso esse urinol. Imaginamos o que passaria na cabeça dos homens ao aproximar o órgão num urinol em forma de uma voluptuosa boca para urinar. É natural que o pensamento voe já que “parece uma coisa a toa mais como é que a gente voa, quando começa a pensar...”. O que será que o cartunista Laerte acha desse tipo de formatação para o utensílio que nos socorre quando queremos dar uma aliviada? E o Zagalo? Lembra-se da boate do Romário que tinha uma caricatura do velho Lobo na porta do banheiro? Deu um rolo... Ei, Zico, passa o papel... Na Copa de 1998 Romário ficou de fora.


Homens e mulheres se aliviam de formas diferentes. Pra variar, o sexo feminino é ligado em questões de higiene, coisa que os homens, na maioria, não estão nem aí. Macho mija em pé e de forma estabanada. Não mira direito e, o que é pior, se esquece de levantar aquela parte do vaso que é usada pra se sentar quando, além da mijada, vai ser passado um fax. Pra terminar, o velho estilo “grosso”, não fecha a tampa do vaso! Nem todos são assim.

Homens, segundo consta, não fazem xixi, eles mijam mesmo, porque a expressão "fazer xixi" coloca em dúvida a masculinidade. Outra informação folclórica a respeito da urinada dos homens tem a ver com as tradicionais sacudidas no membro, terminada a função. Se o cabra sacudir mais de três vezes, a persistência é considera masturbação.


As mulheres costumam urinar sentadinhas, sem possibilidades de "mijar fora da bacia". Antigamente, na zona rural, urinavam em pé mesmo. Um amigo dizia que "chóoooooo" é a onomatopeia ideal para imitar o som de uma mulher aliviando a bexiga. Sobre as mulheres fazerem xixi, sinceramente, meu repertório é reduzido.  Um grande mistério é essa história de as mulheres irem sempre em dupla aos banheiros.

Houve um tempo em que gostava de aliviar no quintal de casa as cervejas e mais cervejas ingeridas. Procurava mirar os caseiros de formigas, sem me importar com o incomodo que causava a esses pequenos insetos, que sofriam com inundações etílicas). Nas noites estreladas, olhava pro céu e cantarolava um verso de música de Guilherme Arantes com letra de Paulo Leminski: "Quem foi que disse que eles podem vir aqui nas estrelas fazer xixi?".


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