quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Traquinagem


Trey Parker e Matt Stone, criadores da animação preferida

Depois de overdoses de séries (house, law & order, csi, criminal minds, friends), eis que o repertório esgotou-se. A frequência de episódios repetidos começou a ficar alarmante e decidimos dar um tempo. Mas... mas... o que fazer na hora de migrar da sala pro quarto? Zapear, zapear, zapear, oras bolas...

Não sabemos como é que funciona em sua casa, mas aqui em casa, filme de arte, filme cabeça ou filme cult, vá lá... a gente assisti na sala. Porque no quarto, essa cinematografia tem o mesmo efeito que a literatura faz pro ex-presidente... dá um sooooono!!!

Opa opa... deixa aí, nesse canal. As animações que rolam na TV ao público adulto são críticas sociais e políticas extremamente ácidas. De maneira que curtimos muiiiito. Elas passam ao largo do politicamente correto. Simpsons, Uma Família da Pesada, American Dad... Já viu? Se ainda não, pule essa parte e vá direto à preferida nossa e do resto do mundo, aquela a qual dedicamos nossos bocejos e suspiros nos derradeiros momentos notúrnicos (isso quando não faz efeito contrário). Estamos falando de South Park.


Os Simpsons

Uma família da pesada

American dad

O estilo originado de animação de recortes assegurou as formas básicas, sem detalhes e com as cores primárias suficientes para criar (com linhas retas, quadrados e círculos) os personagens centrais, Eric Cartman, Stan Marsh, Kyle Broflovski, Kenny McCormick, 4 estudantes da quarta série, suas famílias, a cidade  e a sociedade de “South Park”, além de figurações inusitadas. O movimento segue um padrão diferenciado e os roteiros de cada episódio tripudiam, sem a menor cerimônia, em cima dos mais variados temas sempre atuais. Até o constrangimento pinta, às vezes. Nenhuma instituição, celebridade, político e clichês escapam da satirização ácida e ferina deste programa, sucesso desde sua estreia em 1997.


Keny, Kyle, Eric e Stan 

Além dos amiguinhos, que se envolvem em problemas adultos e improvisam sem amarras para se safar, há personagens mais velhos como um professor que fez cirurgia de troca de sexo, um policial analfabeto, o cozinheiro bom camarada, a prefeita e os familiares dos protagonistas. "Foda-se pai...", diálogo comum na série. 



O humor escatológico está em quase todos os episódios. É o caso de Mr. Hankey, um coco personificado que aparece sempre no natal com sua família, uma mulher alcoólatra e três filhos (o caçula tem problemas mentais pois nasceu com um amendoim grudado na cabeça). Episódios hilários como a disputa entre o cantor Bono e o pai de um dos meninos, para ver quem iria para o livro de recordes por fazer o maior coco do mundo; a revolta de religiosos contra o combate a pedofilia; canalhices; racismo; falsidades; hipocrisia; preconceito e tudo mais que há de podre no reino da Dinamarca e na espécie humana estão no conteúdo desta animação que pratica um humor que beira algo patológico.


Mr. Hankey e família

Não ouse deixar seus filhos pequenos assistirem a South Park, antes de dar uma bicada. Pode ser que você opte em considerar aquele clichê muito em voga: "tire as crianças da sala". As mudanças sociais nas últimas décadas foram radicais. Situações ingenuas vivenciadas pelos Flinstones e os Jetsons estão a milhares de anos luz.  



Então, talvez, o ideal seja mesmo sair da sala. Aproveitar o feriadão, porque entrou em cartaz em todo Brasil um novo "Procurando Nemo", repaginado com tecnologia de ponta. Também vale depositar uma fezinha em Nossa Senhora Aparecida.




2 comentários:

  1. Gosto muito de South Park também, desde a primeira temporada. Muito bom mesmo. Tem que ver o filme deles.
    mas, olha, tem muita série boa ainda passando: Dexter, Homeland, The Killing, The Walking Dead... se não conhecem vão gostar. se conhecem e não gostaram... putz, tentei

    ResponderExcluir
  2. Valeu pelas dicas André... abraços tyrannus

    ResponderExcluir