domingo, 14 de outubro de 2012

Saco cheio


No meu tempo de estudante não tinha nada disso... Pudera, essa foi inventada em 1982, por estudantes universitários brasileiros já cansados das aulas do 2º semestre. . . E pegou em todo país (como não poderia deixar de ser), com um nome que tem tudo a ver: “Semana do saco cheio”. Acontece no mês de outubro agregando os dias que antecedem os feriados da Padroeira do Brasil e das crianças, e o dos professores.
Para alguns, o feriadão ainda não terminou, pois nesta segunda feira, é o dia do professor. Mas para nós, simples mortais, garanto que uma semana não dá nem pra fazer cosquinhas e aliviar. Acho que precisamos de um “mesinho”..., ou um ano inteiro, pra dar uma esvaziada legal no meu saquinho.  
Precisamos esclarecer uma coisa. Esse saco a que nos referimos não tem nada a ver com o saco escrotal, exclusivo dos seres masculinos. É o saco, a paciência, a tolerância que todo mundo possui. Alguns mais, outros menos.
É muita coisa, a questão econômica anda pegando... um mercado básico tá o olho da cara (o que se comprava por X, agora não leva nem a metade), contas... contas e mais contas e todas cada vez mais dispendiosas (a conta de luz este mês extrapolou: 600 paus!!!). E o salário atrasado? Quando vem é pingado. Somos obrigados a administrar dívidas, fazer uma ginástica absurda pra honrá-las. Enquanto isso... Haja saco!
Haja saco pra aguentar imagens e informações que o meio político anda produzindo. Saco cheio com coligações políticas (propícia nas eleições), ou seja, o que se fala sentado não é sustentado de pé (nos palanques eleitoreiros). Lula e Maluf no mesmo barco... argh! Blairo Maggi e Pedro Taques unidos? Um verdadeiro saco cheio de gatos. Sem falar nos cavaletes que invadiram os espaços públicos, dos velhos e inúteis “santinhos” que inundaram de imundície a nossa cidade. Tudo isso e mais outras coisas torraram, esturricaram a nossa paciência.

Tufão & Carminha. Meu “recipiente (im)paciente” tá pra estourar com essa conversa de final de novela. É costume o Brasil “parar” pra acompanhar os últimos capítulos de uma novela global, as que pegam. O trânsito, por conta da Avenida Brasil, tá engarrafado e nós desatualizados ou cada vez mais esquecidos. Não sabemos se nunca soubemos, ou se já soubemos, mas esquecemos, quem foi que matou Odete Roitman.
A encheção extrapolou as fronteiras nacionais. Joe Bishop, crítico de música do The Guardian, jornal britânico, anda de saco cheio com Michel Teló, com aquela chatice do “Ai se eu te pego”. E sobrou pra todos nós, brasileiros. O cara escreveu que o hit só não faz sucesso em países como o Reino Unido e os EUA, onde as pessoas pensam direito e não falam português. Pois é... tamos de saco cheio com o Teló e também com esse tal crítico feladaputa.
Coisinha mais chata! 
Estamos de saco cheio com tantos documentários que andam proliferando no cinema brasileiro. Nada contra o gênero, porque alguns são muito bons. Mas tá demais! É vida de ex-presidente, de dupla caipira, de cantor, de artista... Tá faltando roteirista neste país?
Tonacci fez "Serras da desordem", doc com narrativa ficcional
Quando tudo enche o saco, tudo cansa, irrita... é aconselhável dar um tempo. Parar e pensar um pouco, talvez o motivo pra tanta encheção de saco não seja só externo. Pode ser uma coisa intrínseca ao portador do saco. Às vezes não é bem assim de saco cheio. É um caso clássico de chatice. Você tá com o saco chato ou cheio de chatos...
Ao mestre com carinho

Em 15 de outubro de 1964, Cole Porter partiu


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