quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O guarda e o debate

"Dona Cacilda": beijinho, beijinho, pau, pau

Um policial de pequena cidade irlandesa tripudiando em cima de um agente do FBI, que veio à Irlanda na tentativa de desbaratar uma intrincada rota de tráfico internacional. Brendan Gleeson é o personagem irlandês e Don Cheadle o americano. Se você gosta de filmes onde a adrenalina corre solta, com direito a pancadarias, tiroteios e perseguições, desista de "O Guarda" (2011), a produção irlandesa que está por aqui hoje.

Não resistimos a uma guinada no assunto. E o papo momento é muito constrangedor. Esteve no palco da disputa eleitoral aqui em Cuiabá. Durante o debate televisivo um beijinho da companheira causou mal estar e confirmou a tendência de discurso político por estas bandas. A disputa à prefeitura ficou na maior parte do tempo ao estilo “samba de uma nota só”: no “eu fui mais pobre”, “minha origem é mais humilde” e por aí vai. Chegou ao cúmulo de “minha esposa é mais bonita”. E beijinho, beijinho, pau, pau...


Só dois? Eu tenho mais... (Foto de Chico Ferreira)
De volta ao cinema. O que nos chamou a atenção em "O Guarda", primeiramente, foi nas primeiras cenas a descoberta de que estávamos diante de uma comédia inglesa. Ou irlandesa. Do Reino Unido, acho que cai melhor. O humor refinado que muito curtimos. O coitado do agente americano sofre uma saia justa atrás da outra, por conta da irreverência audaciosa do provinciano policial da terra de James Joyce, ou do U2, como preferires. O filme tem a direção de John Michael McDonogh.



O guarda
Brendan Gleeson, com seu inegável talento mostra o que sabe. Divertimos muito em filmes com a sua participação como, "Na mira do chefe" e, especialmente, "O general" (1998), dirigido por John Boorman, onde Gleeson interpreta um carismático marginal irlandês.  Apesar de empolgados, confessamos: o filme passou tardão da noite e mal acostumados com o horário de verão... dormimos! Nem por isso, entretanto, deixamos de citá-lo e recomendá-lo por aqui. Como pessoas de bem, precisávamos contar esse segredo. Justo!


Na mira do chefe

O general
Uma pena que essas “coisinhas” aconteçam em debates entre candidatos e polemizem. Era de se esperar que propostas e projetos de governos fossem apresentados e esmiuçados em debates. O orçamento municipal apresentado, o que se arrecada? O quão comprometido está com folha de pagamento dos funcionários, pagamento a fornecedores...? e o que sobra pra investimentos? De onde virão os recursos pra cumprir as promessas de campanha? Da arrecadação? Aumento de impostos? Sei lá esperava isso.


                      Cuiabá 40°             (Foto: J.C. Patrício)
Triste é pensar que os marqueteiros criem tanto “disse me disse” e fortaleçam a fofoquinha vil, pois acreditam que isso seja suficiente para ganhar as eleições. Velhas fórmulas e práticas, ultrapassadas, provincianas... já que as discussões propositivas e esclarecedoras, poderia tornaria o debate televisivo desinteressante. Acordem seus marqueteiros duma figa, que ganham a vida fortalecendo a baixaria. Os tempos são outros. Eleva o nível, meu filho...  

Nem tudo está perdido. O início da noite, o detentor da cereja do bolo do dia. Fomos a apresentação do Coral regido pelo maestro Carlos Taubaté. E registramos flagrantes fotográficos. Em um deles, o zeloso regente, reparem numa das fotos, tem truques especiais para otimizar a performance de seus cantores. No caso de barítonos desprovidos de cabelos, uma lustradinha na careca, feita pelo maestro que prima pela qualidade do som e da “imagem” dos coralistas. Isso sim é que é marketing!







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